Como tudo começou

5 Jul 2018

Geração S+ começou a construir-se na Holanda.

Quando partimos em direção ao que acreditamos, tudo torna-se mais simples e enriquecedor. O caminho molda-se com novas aprendizagens e partilhas, apenas possível para aqueles que decidem ir.

Groningen. Foi nesta cidade Holandesa que começou mais aventura. Neste projeto, que reúne XX países, a Escola Superior de Saúde do Alcoitão, em conjunto com a Physioclem, deu voz, em português, ao CoP4HL - Community of Practice for Healthy Lifestyle. Nasce uma importante missão: contribuir para uma sociedade mais saudável, mais atenta, mais responsável, mais preventiva. Nada melhor do que alimentar este propósito a partir dos protagonistas do amanhã: os jovens. Mas vamos por partes.

“Fora da caixa”

Groningen é uma cidade virada para o futuro. Todos os seus passos estão focados no bem-estar das suas gentes. O encontro decorreu na Cidade Universitária. Um campus “fora da caixa”, onde os seus intervenientes procuram estar à altura dos desafios que estão para chegar. O futuro assim ordena, porque começa a desenhar-se no agora.
Aqui, neste Campus, o conceito de aula interior, num espaço fechado, está ultrapassado. Os trabalhos em grupo decorrem em ambientes abertos e inspiradores. A luz e o envolvimento com o exterior são enormes.

A reunião, com alguns dos elementos que constituem o CoP4HL, decorreu num formato informal, tentando promover ao máximo a postura ativa e participativa. O objetivo central é criar uma Comunidade de Prática, com o intuito de promover um estilo de vida saudável. Significa que uma sociedade que adota um comportamento mais saudável, melhora a sua qualidade de vida e prolonga a sua longevidade.

Após poucas palavras, e depois de absorvermos todo o espírito inovador e virado para o futuro daquele lugar, sentimo-nos responsáveis por levar novos conceitos e propósitos para a nossa comunidade. Para as nossas cidades, vilas e aldeias.

Resistência

Os investigadores reconhecem, que nos últimos anos, gerou-se muito conhecimento, mas a sua transposição para a prática tem sido ineficaz ou deficitária. Hoje, sabemos muito mais sobre o que deve ser feito para um crescimento e envelhecimento saudáveis. No entanto, parece haver resistência da comunidade em adotar as medidas recomendadas.
Tudo indica, concluem, que a metodologia está errada. Não funciona. É importante mudar a forma como se faz.
Qual é essa forma? A verdade é que não sabemos. Acreditam que os resultados podem mudar se houver um envolvimento de toda a comunidade. Defendem também que a teoria e a prática devem ser construídas em simultâneo e com a participação de todos (cidadãos, instituições públicas, empresas, Governo, entre outros). É isto que constitui uma Comunidade de Prática, que a CoP4HL defende.
A Universidade de Ciências Aplicadas de Hanze, em Groningen, tem sido um centro de excelência no campo da investigação e conhecimento para o Healthy Ageing. Neste momento, ambicionam partilhar este conhecimento com a comunidade Europeia. É, assim, que surge o desafio, junto de alguns parceiros, de implementar este projeto nas suas comunidades que se querem praticantes. A Escola Superior de Saúde do Alcoitão, bem como a Physioclem, não podia cruzar os braços e decidiu integrar a CoP4HL.

Qual é a nossa missão?
É levar este desafio para junto das nossas comunidades, avaliar as necessidades, construir as soluções com as pessoas, empresas e instituições locais e implementar o resultado. Resumindo: criar Comunidades de Prática locais.

Qual o resultado esperado? Não sabemos. Sabemos apenas que queremos promover a saúde, estimulando a opção por um estilo de vida saudável.
Quero fazer isto porque me sinto muito motivado para este trabalho comunitário. Hoje vejo que não terei capacidade para levar o desafio para mais do que uma cidade. Porém, se houver mais gente motivada, talvez possamos levar o desafio a tantas mais.

E, agora,

A Universidade de Ciências Aplicadas de Hanze, em Groningen, desenvolve diversos projetos na área da promoção de estilos de vida saudável e do envelhecimento saudável. Nos últimos anos, mudaram o conceito de Healthy Ageing para uma visão alargada, não estando focado apenas no pós 60 anos. Enquanto centro de investigação e expertise na área, pretende levar a toda a Europa a sua visão. Um dos exemplos é o projeto SPEACH, que em Portugal a Escola de Desporto de Rio Maior participa.
Healthy Ageing não apenas uma responsabilidade, é também uma oportunidade. Através da Comunidade de Prática pretendeu-se criar vários grupos de trabalho pela Europa. A proximidade da ESSA à Hanze University, tornou-a facilmente parceira do projeto. Para avançar com o projeto, era essencial dinheiro. Foram feitas candidaturas a fundos europeus e 2017 conseguiu-se o apoio tão desejado.

Surge, assim, a Geração S+. O papel deste projeto é criar a Comunidade de Prática, uma rede de parceiros que ajude a implementar as medidas necessárias para a promoção do estilo de vida saudável.

Quais são essas medidas? Ainda não sabemos. Têm de vir da própria comunidade para poderem ser aceites e eficazes, daí a ausência de diretrizes concretas. Têm de ser específicas para as necessidades de cada lugar, bairro, cidade, região. Têm de se basear no levantamento das necessidades e é precisamente este o ponto em que estamos agora.
Surgem assim as grandes perguntas: De que é que a nossa comunidade precisa para ser estimulada a ter um estilo de vida saudável? Porque é que não tem essa opção? Onde estão as barreiras?

Apesar de todas as perguntas, há uma afirmação que não temos dúvidas: a Geração S+ é feita de todos!